na nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,essa beleza que se chama simplesmente vida.E, ao entardecer, quando elas repousamnos braços da tua cadeira predileta,uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,vieste alimentando na terrível solidão do mundo,como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?Ah, Como os fizeste arder, fulgir,com o milagre das tuas mãos.
E é, ainda, a vidaque transfigura das tuas mãos nodosas...essa chama de vida — que transcende a própria vida...e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...
(Mario Quintana)
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